segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mapa Mundi Dos Tornados, e o sul do Brasil está na rota


Algo que poucos sabem é que tornado não é privilégio ou desgraça do Meio-oeste Americano.
O sul do Brasil está localizado no corredor dos tornados da América do Sul, uma região que abrange O norte e centro da Argentina, sul do Paraguai, Uruguai, uma parte do sudeste brasileiro a região de São Paulo e Minas Gerais, no entanto, os três estados do sul do Brasil, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná estão mais propícios a formação do fenômeno tendo o meio-oeste catarinense e o oeste e norte do Rio Grande do Sul como a região brasileira mais castigada pelos tornados. O choque de massas de ar frio que sobem da Patagonia com massas de ar quente e húmido que descem da Amazônia, criam as condições ideais para a formação de super células que podem dar origem a tornados.
Não se tem uma estimativa precisa de quantos tornados atingem o corredor sul-americano, mas estima-se que ao menos 40 tornados atinjam apenas o sul do Brasil todos os anos, poucos são devidamente documentados, pois, muitos formam-se a noite ou em áreas afastadas e pouco povoadas. A falta de equipamentos apropriados para a detecção de tornados como a utilização de radares Doppler e de caçadores de tempestades experientes são outro problema, contamos na maioria das vezes com observadores voluntários que a medida do possível registram em fotos e alguns raros vídeos a passagem dos tornados e que também trocam informações através de sites, blogs. e-mail e paginas de relacionamento na internet.
O Rio Grande do Sul conta com 2 radares Doppler do SINDACTA II: Santiago e Canguçu;
Santa Catarina conta com 1 radar Doppler do SINDACTA II: Morro da Igreja;
O Paraná conta com um moderno radar Doppler do SIMEPAR, o melhor da região sul: Teixeira Soares.
Mas para podermos prever a formação de tornados seria necessário um grande investimento em Doppler sobre rodas, Radares instalados em veículos como caminhonetes e pequenos caminhões e operados por meteorologistas caçadores de tempestades como os que existem nos EUA (Foto a Baixo).

Escala Fujita - A classificação dos Tornados

Escala Fujita

A intensidade de um tornado é determinada pela escala Fujita, batizada com este nome em homenagem ao falecido cientista de tornados, Dr. Fujita da Universidade de Chicago. Os tornados são medidos pela quantia de estrago que eles causam, e não pelo seu tamanho físico. Também é importante lembrar-se de que o tamanho de um tornado não é necessariamente uma indicação de sua ferocidade. Tornados grandes podem ser fracos, e tornados pequenos podem ser violentos.

Tornado F1: Velocidades de vento entre 117 e 180 km/h. Até mesmo estes tornados podem levantar telhas e mover carros em movimento para fora da estrada. Trailers podem ser tombados e barracos podem desmoronar.

Tornado F2: Velocidades de vento entre 182 e 252 km/h. Os telhados de algumas casas começarão a levantar e os trailers/casas móveis que estiverem no caminho do tornado serão demolidos. Este tornado também pode soprar vagões de trem para fora de seus trilhos.

Tornado F3: Velocidades de vento entre 253 e 333 km/h. Árvores pesadas serão levantadas com raiz e tudo, e paredes e telhados de edifícios sólidos serão arrancados como palitos de fósforos. Isto é um tornado severo.

Tornado F4: Velocidades de vento entre 334 e 419 km/h. Motores de trens e caminhões de 40 toneladas serão arremessados como brinquedos. Haverá devastação total na manhã seguinte.

Tornado F5: Velocidades de vento entre 420 e 511 km/h. Tornados com esta intensidade destroem tudo em seu caminho. Os carros são arremessados como pedras para centenas de metros, e edifícios inteiros podem ser levantados do chão. A força é semelhante à de uma bomba atômica.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Tornados: Mitos e informações


O tornado de Tubarão-SC (foto acima), o mais documentado visualmente deste tipo até hoje no Brasil, contudo, levantou uma série de dúvidas acerca dos tornados em território brasileiro. Mitos e desinformação cercam os tornados e mesmo profissionais da Meteorologia cometem erros ao comentar o fenômeno. Abaixo algumas das tantas dúvidas, mitos e erros freqüentemente cometidos com os nossos esclarecimentos.
Tornados são pouco freqüentes no Brasil ? Falso !! O centro e o norte da Argentina, o Uruguai e o Sul do Brasil constituem a segunda região mais propícia do mundo à ocorrência de tornados, perdendo apenas para as Planícies Centrais dos Estados Unidos, (ver mapa mundi dos tornados abaixo).



Não há um número maior de ocorrências documentadas porquanto grande parte desta área de risco é composta por zona rural. Tornados no Brasil somente são identificados quando atingem áreas habitadas. Nos Estados Unidos, tornados podem ser constatados mediante TVS (Tornado Vortex Signature) que aparecem nas imagens de radar meteorológico, conduzindo-se depois um trabalho de campo para classificar o fenômeno. Os norte-americanos, ademais, estão trabalhando com um novo software de radar com imagens em 3D em tempo real (GrLevel3) que permite identificar estes eventos com muito mais facilidade (exemplo abaixo da recente onda de tornados de 5 de fevereiro de 2008).


Tornados passaram a acontecer apenas nos últimos anos ou se tornaram mais freqüentes ? Falso. O interesse da Meteorologia em estudar estes fenômenos, que antes eram classificados meramente como vendavais, o crescimento da densidade populacional e, sobretudo, a difusão é popularização das tecnologias de captação de imagens induzem a idéia que estes fenômenos antes não aconteciam ou se tornaram mais freqüentes. Existem relatos históricos de eventos catastróficos de vento no Rio Grande do Sul na primeira metade do século XX que são consistentes com tornados. Em janeiro de 1973, um tornado, possivelmente um F-4 ou F-5, varreu do mapa a cidade de San Justo na Argentina com mais de 60 mortos. O tornado tinha centenas de metros de largura, conforme testemunhas. Antes, um tornado, provavelmente um F-5, matou mais de quatrocentas pessoas e deixou em ruínas a cidade paraguaia de Encarnación em 20 de setembro de 1926 (abaixo).

O primeiro tornado documentado no Brasil em fotografia ocorreu em 1975, quando oficiais da Base Aérea de Santa Maria foram surpreendidos por uma formação tornádica no aeródromo e foram diligentes em registrar o fenômeno (foto abaixo). Anos mais tarde, o meteorologista e o sócio da MetSul Meteorologia José Soares Lima, então professor de Meteorologia na Universidade Federal de Pelotas e integrante da Aeronáutica, publicava o primeiro trabalho sobre o tornados no Brasil.

Um exemplo de como a difusão dos meios de captação tornou possível registrar este tipo de fenômeno é o tornado F-3 de Indaiatuba (SP), em maio de 2005 (imagem abaixo). O fenômeno somente pôde ser registrado visualmente porquanto existia uma câmera do sistema de monitoramento da concessionária da rodovia. Tivesse ocorrido no mesmo local vinte anos antes e não haveria registro em gravação do tornado.


Os tornados têm algo a ver com o aquecimento global ? Falso. Em primeiro lugar, o planeta esta esfriando e não aquecendo atualmente. Segundo, mesmo o alarmista relatório do IPCC divulgado em 2007 informa que não foram encontradas evidências de que o aquecimento global tenha implicado aumento de freqüência ou magnitude de eventos de tempo severo como granizo ou tornados.
Os fenômenos El Niño e La Niña impactam a ocorrência de tornados ? Verdadeiro. Impacts Of ENSO On United States Tornadic Activity é o título de um trabalho do Professor Mark C. Bove da Universidade da Flórida que em 1999 identificou um aumento na freqüência e duração/intensidade dos tornados na América do Norte em anos de La Niña. O meteorologista e comentarista do Blog da MetSul, Joseph D’Aleo, autor de um dos mais populares livros sobre o fenômeno ENSO nos Estados Unidos, realizou um levantamento dos eventos tornádicos dos últimos 50 anos nos Estados Unidos e chegou à mesma conclusão. Knowles, J.B e R.A. Pielke Sr., possuem um estudo publicado pela Universidade do Colorado em 2005 e escrito em 1993, intitulado The Southern Oscillation and its effects on tornado activity in the United States. O trabalho científico, que analisou as ocorrências tornádicas entre 1953 e 1989 concluiu que há pouca variação no número de tornados correlacionando episódios fortes de El Niño e La Niña, mas em anos de La Niña há um aumento no número de tornados violentos, tornados com grande extensão territorial na sua trajetória e uma probabilidade maior de grandes ondas de tornados (40 ou mais tornados). Na última onda de tornados de fevereiro nos Estados Unidos, um tornado no Arkansas percorreu quase duzentos quilômetros. O famoso Tri State Tornado atingiu pelo menos três estados norte-americanos. No Rio Grande do Sul, a MetSul Meteorologia fez levantamento histórico semelhante quanto aos últimos vinte anos e observou que há um incremento no número de tornados fortes ou mesmo na frequência destes eventos em anos de La Niña moderados a fortes ou sob condições de resfriamento da região Niño 1+2. O verão de 2007, influenciado em parte pelo El Niño, foi de pouca atividade tornádica no Sul do Brasil, mas os períodos de primavera-verão de 2005/2006 e 2007/2008, influenciados pelo La Niña, observaram um grande incremento neste tipo de fenômeno. Em 2000, no mês de outubro, sob influência de um La Niña semelhante ao atual, o Rio Grande do Sul testemunhou uma série de tornados na noite do dia 11 que atingiu desde a região sul de Porto Alegre (vento de até 200 km/h) até o litoral norte com os danos mais concentrados em Águas Claras em Viamão, onde o tornado F-3 provocou devastação (imagens abaixo).

Quais são os piores tornados dos últimos anos no Rio Grande do Sul ? O pior tornado da década de 90 ocorreu em outubro de 1997 na cidade de Itaqui. Mais de três mil casas foram atingidas. A formação atingiu também a cidade vizinha de Alvear na Argentina. Nesta década, os mais graves eventos se deram em Viamão (2000), Bom Jesus (2001) São Francisco de Paula (2003), Antonio Prado (2003) e Muitos Capões (2005). Mais de vinte tornados compreendem a lista deste tipo de fenômeno no estado nesta década com efeitos menos catastróficos em eventos confirmados em Torres, Porto Alegre, Canoas, Pinhal, Três de Maio, Ivoti, Erechim, Engenho Velho, Santa Bárbara do Sul, Ronda Alta, Vacaria, Carazinho, Quaraí, Boa Vista do Buricá, etc. A lista manejada pela MetSul é maior que as demais disponíveis porquanto nos dedicamos a investigar e pesquisar todas as possíveis ocorrências com o apoio de nossos colaboradores, o que permitiu incluir no rol os recentes eventos do final de 2007 de Ronda Alta, Boa Vista do Buricá, Três de Maio e Vacaria. Em teoria, o oeste gaúcho é a região mais sujeita a tempestades severas e tornados, mas a baixa densidade populacional faz com que a esmagadora maioria das ocorrências passe despercebida. A área com maior número de ocorrência identificadas nos últimos anos no estado é do Campos de Cima da Serra (foto abaixo de São Francisco de Paula) com pelo menos quatro tornados importantes nos últimos anos (São Francisco de Paula, Bom Jesus, Antonio Prado e Muitos Capões).


Já houve registro de tornados em Porto Alegre ? Há três casos confirmados e um que é descrito em relatos históricos. A onda de tornados de 11 de outubro de 2000 afetou o extremo sul da capital com graves danos ao Aeroclube de Belém Novo. Em março de 2004, uma das outer bands do furacão Catarina provocou um tornado na zona leste da cidade (imagem abaixo), conforme análise de campo feita pela MetSul. Em 2005, um fraco tornado F-0 atigiu o extremo norte da capital. Relatos dão conta que na década de 70 houve uma tromba d’água no Guaíba (tornado sobre a água) que provocou "chuva de peixes" numa das ilhas.
Existe apenas uma escala para classificar os tornados ? Falso. Há mais de uma. Os ingleses, por exemplo,têm uma em particular chamado Torro ou T-Scale. A mais conhecida e tradicional, porém, é a escala tradicional desenvolvida pelo Professor Fujita a partir da avaliação dos danos. Ocorre que o NOAA desenvolveu nos últimos anos uma Escala Aprimorada de Fujita que passou a ser operacional pelo National Weather Service dos Estados Unidos em fevereiro de 2007. Por isso, no Brasil ainda lê-se a classificação dos tornados como F0 a F5 enquanto nos Estados Unidos a classificação é de EF-0 a EF-5 da Enhanced Fujita Scale.

Tornados não podem ser previstos ? Falso. É impossível dizer com grande antecedência onde eles vão se formar exatamente (bairro ou cidade), mas uma região pode ser alertada do risco de tornados. Nos Estados Unidos existem duas classificações de alerta. Emite-se um tornado watch para advertir que uma região corre o risco de ter tornados. Emite-se um tornado warning quando um vórtice tornádico já aparece no radar ou mesmo foi visualizado por populares ou observadores treinados. Neste caso, é acionado o sistema de transmissão de emergência (Emergency Alert System) em que todas as rádios e tevês têm seu sinal cortado para a transmissão do aviso de emergência segundos após o alerta da Meteorologia (imagem abaixo).

A MetSul Meteorologia conseguiu antecipar o risco de tornados no Rio Grande do Sul, Sul do Brasil e no Conesul com horas de antecedência em diversas oportunidades, mas por política interna somente emite avisos públicos de risco de tornados em situação que considera de extremo risco. No sábado, ao meio-dia, publicávamos comentário sobre a sondagem atmosférica de Florianópolis, realçando com os números os índices de instabilidade muito elevados e sugestivos de tempo bastante severo no leste catarinense.

Tornados, furacões e tufões são a mesma coisa ? Falso. Um tornado não traz furacão, mas um furacão pode trazer tornados. É o caso do Catarina em que Porto Alegre estava a mais de cem quilômetros do olho do ponto de landfall, mas foi afetada por um tornado isolado trazido por uma das bandas externas do inusitado ciclone tropical. Tornados têm diâmetros de dezenas a centenas de metros e são produzidos por uma única tempestade enquanto que os furacões possuem um diâmetro da ordem de centenas de quilômetros. Os tornados são um fenômeno típico de continente enquanto que os furacões nascem sobre o mar, alimentados pela umidade da água quente do oceano, e se dissipam ao avançar sobre terra firme. Os tornados duram no máximo horas e chegam a percorrer em casos extremos de mais 200/250 quilômetros enquanto os furacões podem durar muitos dias e percorrer distâncias como da costa da África até o sul dos Estados Unidos. Furacão e tufão são eventos idênticos, que recebem nomenclaturas diferentes dependendo da região do globo. No Atlântico e no Pacífico Leste recebem o nome de furacão e são monitorados pelo National Hurricane Center de Miami enquanto no Pacífico oeste são chamados de tufões e são monitorados pelo JTWC (Joint Typhoon Warning Center).
* Agradecimentos a Metsul Meteorologia que realisou esta pesquisa e a publicou originalmente em seu site. ( http://www.metsul.com/ )
* Com pesquisa histórica de dados e imagens de Alexandre Aguiar

sábado, 14 de novembro de 2009

Dicas para reduzir a emissão de poluentes na atmosfera


Você
Apóie e participe de iniciativas e ações contra a destruição de nossas florestas;
Estimule e incentive o plantio de árvores;
Não jogue lixo no mar, rios, córregos ou sangas;
Ajude a recuperar a as áreas verdes do seu bairro;
Pressione governos e empresas a substituírem a energia negativa (petróleo, nuclear e grandes hidrelétricas) por energia positiva (solar, eólica, pequenas hidrelétricas, biogás);
Faça doação de seus livros usados à bibliotecas, escolas, museus,etc., pois alguém poderá estar precisando deles.
Assim estaremos economizando árvores que seriam transformadas em papel.

TransportePrefira o transporte público. Além de ser menos poluente, você evitará parte do estresse do dia-a-dia;
Use bicicleta ou caminhe sempre que possível. É saudável e você estará contribuindo para um planeta mais limpo;
Seja solidário com quem você conhece e de carona, assim estará reduzindo a circulação de veículos no trânsito e auxiliando no combate a poluição por gás carbônico;
Se não houver ciclovias, fale com seus representantes políticos para que as construam; Para viagens curtas a trabalho ou de turismo, prefira o ônibus.

Carro Faça sempre uma revisão do seu carro. Além de evitar possíveis dores de cabeça, um carro que funciona corretamente consome menos combustível e menos gases causadores do efeito estufa;
Calibre bem os pneus do seu carro. Os pneus bem calibrados evitam um consumo excessivo de gasolina e dão mais segurança;
Ao comprar, dê preferência aos veículos flex e que sejam mais econômicos;
Se puder, abasteça com álcool e não com gasolina.

Em casa
Procure sempre comprar aparelhos eficientes em consumo de eletricidade;
Desligue as luzes dos ambientes não utilizados;
Retire das tomadas os aparelhos em stand-by (os que ficam com as luzinhas vermelhas acesas);
Instale painéis solares para aquecer a água. A longo prazo, você poupará energia e dinheiro;
Substitua as lâmpadas principais da casa por lâmpadas fluorescentes compactas, consomem 75% a menos que as convencionais;
Não jogue o óleo de frituras na pia, solo ou esgoto, pois cada litro contamina cerca de 5.000 litros de água potável.
Armazene-o em garrafas plásticas e destine-o a reciclagem;
Informa-se sobre as habitações ambientalmente corretas, que aproveitam água da chuva, usam a energia do sol para iluminação e aquecimento, e tem climatização natural;
Quando reformar ou construir sua moradia, planeje o armazenamento de água utilizada no chuveiro (banho), pia, máquina de lavar roupa e chuva que cai no telhado, conduzindo-as para cisterna(s) que permitam sua reutilização em descargas de banheiros, lavação de pisos e calçadas, veículos, regas de jardins,etc.
Desligue o chuveiro quando estiver se ensaboando.

No trabalhoVerifique se as luzes estão desligadas ao sair;
Seja ativo: forme uma comissão para verificar como a empresa pode gastar menos energia;
Mantenha os aparelhos de ar condicionado a 25º C;
Verifique se os aparelhos de ar condicionado estão na sombra. Eles consomem 5% menos se não estiverem no sol.

Fonte:INPE– Instituto Nacional de Pesquisas EspeciaisGreenpeaceIPCCWWF
Colaboração: Francisco Osni Correa e Elaine Canônica